segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Interatividade, Tutoria e a Construção da Autonomia do Educando


Interatividade, Tutoria e a Construção da Autonomia do Educando

 
Embasado nos conceitos de Interatividade, cooperação e Autonomia fundamentais para a práxis da EAD na ótica construtivista.

No construtivismo o conhecimento é uma prática processual que incorpora aspectos teóricos e semânticos em vista de uma compreensão holística do mundo. Nesta perspectiva, faz-se necessário domínio dos aspectos semânticos da proposta teórica que integra as diversas faces do mundo da vida, diante das múltiplas situações e dimensões que ensejam um novo agir pedagógico (MÜHL,2003).

O avanço da infocomunicação no séc. XXI constitui uma revolução ao modo de empreender o ensino-aprendizagem. O processo colaborativo que é necessário à EAD deverá linkar as múltiplas possibilidades de relacionamento on-line e off line entre educadores e educandos através da  web 2.0.

Neste novo cenário a EAD conseguiu expandir propostas de inclusão social, possibilitando ao professor-tutor o estabelecimento de interconectividade com educando via canais emergentes das redes sociais de relacionamento: MSN, Facebook, Twitter, Orkut, Chats, Blogs, entre outros meios que sobrepõem  as  mídias unidirecionais, como o jornal, a televisão e o rádio, só para citar os mais comuns.

Nota-se que a emergência da tecnologia digital mais interativa estabelece uma revolução dos meios de comunicação pessoal com a possibilidade de acesso da população em geral à Internet com velocidade rápida aos moldes do “speedy”  no sistema de banda larga, embora esse recurso ainda não esteja disponível à totalidade dos brasileiros e brasileiras. Contrariando a ideologia governamental que divulga que o “Brasil é um país de todos”,  embora os recursos não sejam para todos .

Ao instrumentalizar os multimeios de comunicação na EAD, os educadores (tutores) poderão compartilhar as aulas, os conhecimentos e a cultura mediante debates, pesquisas e utilização de textos e hipertextos.

Em uma proposta de inclusão educacional todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem deverão focar na construção do saber mediante processos pedagógicos holísticos, isto é, que englobem práticas educacionais capazes de estabelecer interatividade, para tanto,  o tutor antenado aos interesses dos alunos, propõe-lhes meios de interatividade que mediatizada pelo processo comunicacional  exige  habilidades e competências para gerenciar as várias perspectivas de educação em vista de conhecimentos a serem apreendidos e assimilados para uma correta articulação do saber,  que de forma colaborativa será gestado com um pouco da experiência cognitiva de todos, como já falamos em outras ocasiões sobre o wiki,  pois,  neste espaço ele ganha autonomia e eficácia na ação pedagógica em vista da cooperação que é possível aos projetos educacionais de interesses comuns.

Tais interesses exigem do tutor formas de equalização dos níveis intelectuais dos participantes devido à heterogeneidade,  neste campo, há um complexo processo de mediação que objetiva normatizar os princípios educacionais e operacionais que contemplem a desigualdade do conhecimento apreendido e partilhado em cada participante do grupo de estudo.

 O procedimento didático para intermediar as diferenças culturais será articulado por meio dos “contratos” e “acordos” pedagógicos que visem à consolidação de uma EAD que em meio a tantos desafios se propõe a construir o conhecimento em parceria ativa e efetiva com o tutor e educando, desta forma, a autonomia passará a ser uma realidade e não apenas palavra de ordem.

 Tal propósito vislumbra a emergência de profissionais capazes de tomar decisões e não apenas apertar botões. Estes novos atores da era da conectividade são protagonistas de uma emergente proposta educacional que aposta na capacidade empreendedora do aluno que com autodeterminação busca na pesquisa científica apropriação do saber, a racionalidade operacional para transformar o processo de conhecimento científico. A emergência da autoconsciência de que somos todos atores e aprendizes nos coloca numa condição de abertura para novos horizontes, da passividade de sermos meros receptores do saber nos tornamos empreendedores do conhecimento, cabe aqui a partilha das experiências subjetivas e intelectivas, pois, neste itinerário todos somos aprendizes, tutores e educandos.

Quando todos estão envolvidos no processo educacional emerge a proposta pedagógica que focaliza a autonomia do educando, este, ao utilizar todos os conhecimentos adquiridos e partilhados contribuirá para o surgimento de uma nova inteligência profissional aplicando os elementos de inclusão das habilidades e competências necessárias para que os aprendizes da sociedade da informação desenvolvam seu trabalho profissional conectados ao boom das mudanças na comunicação pessoal.

Referencial teórico:

 

CARVALHO, Maria Alice Pessanha de; STRUCHINER, Miriam. Um ambiente construtivista de aprendizagem a distância: estudo da interatividade, da cooperação e da autonomia em um curso de gestão descentralizada de recursos humanos em saúde.s.d.Disponível em: http://www2.abed.org.br/visualizaDocumento.asp?Documento_ID=87. Acesso em: 09/11/2010.

Accorssi, Aline; Jaeger, Fernanda Pires. Tutoria em Educação à Distância. Disponível em:


PAQUAY, Léopold ; PERRENOUD, Phillipe; ALTET,Marguerite; CHARLIER, Évelyne (org.). Formando professores profissionais – Quais estratégias? Quais competências?, 2ª ed. Porto Alegre, RS: Artmed ed. 2001.

MÜHL, Eldon Henrique. Habermas e a Educação: ação pedagógica como agir comunicativo, upf, 2003,344p.