sábado, 6 de julho de 2013

ECOLOGIA E CONDIÇÃO HUMANA


 

Este texto foi produzido por exigência do Curso de Gestão Pública no componente curricular Desenvolvimento Ambiental Sustentável e a partir de nossos estudos podemos inferir que a vida deve ser vista como uma realidade holística, abrangente. Faremos neste texto uma abordagem que contemple  uma perspectiva ecológica sobre a nossa condição humana.  A vida na Terra ocupa uma pequena parte dela, a biosfera. Percebemos também pelos estudos e observações que a Terra na sua totalidade se constitui como um macroorganismo vivo. Nela constatamos a existência de um equilíbrio muito sutil em seus elementos físico-químicos, como o oxigênio e o carbono, que somente um ser vivo pode ter. Vimos também a relação de interdependência entre os seres vivos e as plantas.

Os fenômenos da natureza impactam nossa forma de compreensão do cosmo e alguns fatores fazem nos questionar sobre a longevidade de nosso planeta. Elementos naturais como a salinização dos oceanos, o regime de chuvas e secas, a direção dos ventos, das correntes marinhas e a influencia das fases da lua, mostram a singularidade de um planeta em órbita que possui um sistema bem equilibrado desde a sua origem, que perdura e se renova há milhões de anos, proporcionando as condições essenciais para a vida.

Retomando os aspectos da linguagem mitológicas ressaltado no vídeo que apresenta a deusa grega, Gaia, como imagem para expressar o fato de a Terra ser viva e mãe de todos os viventes. Imagem bastante cara para os povos originários do Oriente e do Ocidente - a Terra é a Grande Mãe – a Mãe dos mil seios, imagem da sua indescritível fecundidade. Tal analogia vem sendo aceita e confirmada pela ciência empírica.

Na perspectiva de Leonardo Boff, outra imagem que vem ganhando força no âmbito científico compara a Terra como nave espacial, pois terra e humanidade estão em pleno voo. De modo que precisa-se constatar que a viagem que estamos fazendo exige recursos limitados de combustível, isto é, alimentos e tempo de transcurso.

Comparando-se ao processo de estratificação social nota-se que apenas 1% dos passageiros viaja na primeira classe com todo o conforto da super abundância de meios de vida. Outros 4% dos passageiros vão de classe econômica com recursos suficientes para todos. Mas, 95% dos passageiros se encontram amontoados junto às bagagens passando frio e necessidade.

Esse é a imagem mais realista que demonstra a situação alarmante de nosso planeta Terra. Sem nos ater as estratificações dos membros da sociedade. Precisamos compreender que não importa a situação socioeconômica dos passageiros, esta nave não permite diferenças sociais, todos somos ao mesmo tempo vítima da voracidade e ganância humana e concorremos para esgotamento dos recursos disponíveis e a ameaça à vida. O lugar social que precisamos olhar é nosso habitat e começar a zelar uns dos outros em busca da partilha e da solidariedade cósmica. Pois não importa a que classe social você pertença, que lugar você ocupa: se primeira classe, econômica ou junto às bagagens. Nós temos um destino comum e precisamos reparar os danos que causamos ao Planeta e os seres vivos por conta de um progresso desenfreado de cunho neoliberal que valoriza a expropriação dos bens e recursos naturais para satisfazer a sede de poder e grandeza da sociedade capitalista que vivemos. Se não fizermos um acordo de solidariedade planetária nosso destino comum será o fim de nossa civilização e dos seres viventes.

É necessário que o ser humano comece a enamorar a Terra e cultivar esta relação honesta com o nosso futuro. Se não mudarmos o rumo da história que estamos escrevendo a Terra e todos os seres viventes serão destruídos. Não meteoros, cataclismo natural inimagináveis, aquecimento global, mas por irresponsabilidade planetária através das atividades humanas desenvolvidas de forma inconsequente. Segundo Boff (2005) há duas máquinas de morte que podem destruir a biosfera, a saber: “as armas de destruição em massa e a sistemática agressão ecológica ao sistema Terra”.

A ecologia vem sendo desenvolvida como o meio de reflexão sobre nossa condição humana e permite compreender que a nossa relação com o planeta exige a práxis da ética, nossa atuação na vida deve harmonizar nosso habitat. Precisamos analisar criticamente as intervenções humanas no planeta e a instaurar uma percepção de nosso relacionamento com a biosfera. Na visão de (CAPRA, 1996) como humanos somos parte e parcela da natureza, mas todos os seres são interdependentes e cúmplices na preservação e co-evolução de todos e a própria Terra como um super-organismo vivo, que na mitologia é chamada Gaia, a Grande Mãe dos antigos, que tudo gera e sustenta, visão esta que vem sendo ratificado pelos cientistas. Precisamos aprender a amar a Terra como a nossa mãe, aquela que nos deu vida e nos alimenta.




Bibliografia Consultada

Boff, Leonardo. Ecologia: Grito da Terra, Grito dos Pobres. Sextante, RJ, 2005

Capra. Fritjof. A Teia da Vida: uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos  CULTRIX, 1996, 256p.

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